quinta-feira, novembro 29, 2007

Provedora alerta para crianças portuguesas que são deixadas sozinhas



A provedora dos Direitos da Criança no Luxemburgo, Marie Anne Rodesch-Hengesch, alertou para o crescente número de crianças portuguesas que são deixadas «entregues a si próprias» enquanto os pais vão trabalhar
No relatório anual que a Provedoria para os Direitos da Criança elabora, a responsável mostra a preocupação que há com o «número importante e em crescimento dos casos de negligência».
«Há uma inquietação com o destino das crianças abandonadas a si mesmas enquanto os pais trabalham ou passeiam» , lê-se no documento.
No relatório, a Provedoria para os Direitos das Crianças afirma que «esta situação é particularmente frequente em famílias lusófonas, que imigraram recentemente», destacando que este fenómeno é comprovado pelos «professores de língua portuguesa».
«Determinados a melhorar as condições materiais das suas famílias, os imigrantes trabalham muito, fazem horas nocturnas e trabalham aos fins-de-semana» , lê-se no relatório.
No documento, a provedora refere-se também os desafios que as escolas enfrentam com os novos alunos que chegam ao país no decorrer do ano escolar, sublinhando que a maioria dos novos alunos são portugueses.
«Durante o ano escolar 2006/07, 462 jovens dos 12 aos 18 anos foram integrados no sistema escolar luxemburguês em turmas de acolhimento ou de regime linguístico específico lusófono» , indica o relatório.
O documento refere ainda que «a maioria destes alunos são de origem portuguesa».
Contactado pela Agência Lusa, o dirigente da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL), Coimbra de Matos, disse que «infelizmente» muitos pais portugueses vão trabalhar e deixam os filhos sozinhos em casa, mas alerta que a maioria das situações acontece com filhos adolescentes.
Contudo, admite que isso possa acontecer também com crianças mais novas.
«É a única alternativa para os país irem trabalhar. Mas, a culpa também é do sistema. Não há creches e as que há têm preços proibitivos» , afirmou.
Sublinhando que este fenómeno «não é exclusivo da comunidade portuguesa», Coimbra de Matos destacou que o governo luxemburguês "está a apoiar as câmaras na criação de 'Casas de Apoio', para onde as crianças podem ir depois de saírem das escolas e onde terão apoio escolar.
«Os pais só as irão buscar depois do trabalho» , acrescentou.

Ler noticia integral em O Sol, de 29-11-2007.

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