quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Governo quer criar até 2009 mais 300 centros de acolhimento temporário para crianças e jovens em situação de risco

Fonte: Expresso, de 7-02-2006
O Governo quer criar, até 2009, mais 300 centros de acolhimento temporário para crianças e jovens em situação de risco, elevando de 1800 para 2100 o número de vagas em todo o país, anunciou hoje o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social.

«Vamos investir para que, até final da legislatura, possamos aumentar 15 por cento o número de lugares para acolhimento temporário de crianças e jovens em risco», afirmou o ministro, que falava durante a assinatura de dois protocolos com a Câmara da Amadora e com a Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico para o funcionamento de uma casa e de uma unidade de apoio domiciliário.
Vieira da Silva considera que «uma criança que fica tempo de mais numa instituição de acolhimento perde a oportunidade de fugir ao trilho da institucionalização, do regresso à família ou de ser adoptada», defendendo que os centros de acolhimento devem ter como função prioritária encontrar projectos de vida para as crianças que acolhem, quer seja no regresso às famílias quer no sentido da adopção.
O membro do Governo sublinha que há em Portugal «uma institucionalização excessiva» das crianças e jovens que deve ser contrariada. Actualmente, existem pelo menos 14 mil casos registados.
O Ministério propõe-se, assim, a reduzir em 25 por cento, até 2009, o número de institucionalizações, contando também com maior agilidade nos processos de adopção, quer através de medidas como a base de dados que já está em funcionamento quer através da criação de um Observatório da Adopção.
No ano passado, foram adoptadas 300 crianças e outras 500 foram entregues a famílias para um processo de pré-adopção, que tem normalmente um tempo de duração de dois anos, no mínimo.
«São valores baixos que não nos permitem ainda contrariar o risco da tendência para a institucionalização excessiva. Sabemos que há mais famílias que gostariam de adoptar crianças», observou. Cerca de 1700 famílias estão na lista de potenciais adoptantes.
Para que isso possa acontecer, Vieira da Silva explicou que é necessário que equipamentos como os centros de acolhimento e todos os agentes que participam no processo de acompanhamento de crianças e jovens em risco «actuem com maior eficácia».

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