domingo, junho 01, 2008

Câmara do Funchal antecipa lançamento dos Direitos a Brincar


A Câmara Municipal do Funchal associa-se, hoje, às comemorações do Dia da Criança, com o lançamento da Carta do Direito das Crianças a Brincar, da autoria de Eduardo Sá. Este documento, a ser apresentado no dia 2 no continente, pretende ser um alerta e um apelo a todos os educadores da importância de brincar, num mundo plural, complexo e dinâmico, que é marcado por profundos contrastes, geradores de uma diversidade e constrangimentos que condicionam os modos de ser criança hoje.
Segundo o seu autor, a importância de brincar é essencial para o crescimento saudável e harmonioso das crianças.
Ler noticia integral em Jornal da Madeira, de 31-05-2008.
1. As crianças têm o direito a brincar todos os dias.Na escola, entre as aulas e ao longo delas (sempre que o professor for capaz de pôr o "brincar" a rimar com "aprender"). Em casa e ao ar livre - no quarto como num parque - son o olhar, discreto, dos pais.
2. As crianças têm o direito a exigir o Brincar como o principal de todos os deveres.As crianças têm o direito a defender a primazia do brincar sobre os deveres. A fórmula "primeiro fazes os deveres e depois brincas", tão do agrado dos pais, é proibida! Só depis do brincar vem o trabalho.
3. As crianças têm o direito a unir brincar com aprender.Brincar é o "aparelho digestivo" do pensamento. Liga o que se sente com aquilo que se aprende. Quem não brinca imita, falseia ou finge. Mas zanga-se, sem redenção, com o aprender!
4. As crianças têm o direito a não saber brincar.Brincar é uma sabedoria que nunca se detém: inventa-se, descobre-se, deslinda-se ou desvenda-se. Brincar é confiar: no desconhecido, no que se brinca e com quem se brinca. Crianças sossegadinhas são brinquedos à espera dos pais para brincar.
5. As crianças têm o direito a descobrir que os melhores brinquedos são os pais.Apesar disso têm direito a requisitar tudo o que entendam para brincar. Têm direito a brincar com as almofadas, com caixas de cartão, com os dedos e com o que entenderem, por mais que não sejam objectos convencionados para brincar. Tudo aquilo que não serve para brincar não presta para descobrir e com brinquedos de mais brinca-se de menos.
6. As crianças têm o direito a desarrumar todos os brinquedos.(...e arrumá-los, de seguida, com um toque... pessoal). Têm direito a desmanchar os que forem mais misteriosos, os mais rezingões ou, atém os divertidos. Quando brincam, têm o direito a ter vista na ponta dos dedos, a cheirar, a sentir, a falar, a rir ou a chorar. Não há, por isso, brinquedos maus! A não ser aqueles que servem para a fastar as pessoas com quem se pode brincar.
7. As crianças têm o direito a brincar para sempre. A infância nunca morre: apenas adormeçe! E quem, crescimento fora, se desencontra do brincar, não perceberá, jamais, que não há crianças se não houver Brincar.
(Eduardo Sá)

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