Os agressores sexuais portugueses condenados a penas de prisão não estão abrangidos por programas de tratamento psiquiátrico, mesmo que a reicindência seja elevada neste tipo de crimes e que os dados apontem para um aumento nos últimos anos. A conclusão é de uma tese de mestrado em Ciências Forenses do psicólogo Armando Coutinho Pereira, que, com base em entrevistas a 116 condenados por crimes sexuais, no grande Porto, traçou um perfil surpreendente do agressor sexual português.
Na grande maioria dos casos (49%) o agressor é casado ou vive em união de facto -o que parece contrariar a ideia de que o comportamento está associado a falta de enquadramento familiar - e tem baixas qualificações, com 47,4% a não irem além do primeiro ciclo do ensino básico, sendo que apenas 1,7% tem formação superior.
O estudo Distorções cognitivas e agressão sexual: estudo exploratório com agressores intra e extra-familiares, a que o DN teve acesso, refere ainda que, naquela amostra, a maioria dos crimes tipificados foi de abuso sexual a menores (46,5%), logo seguidos pelo crime de violação (42,2%), havendo a registar oito casos de coacção sexual, dois de actos sexuais com adolescentes, dois de lenocínio e tráfico de menores e um de violação, seguida de homicídio.
Ler noticia integral em Diário de Noticias, de 19-02-2008.
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