Se a menina for retirada a Luís Gomes e Adelina Lagarto, estar-se-á perante “um abuso dos interesses da criança, um quase sequestro”, refere um parecer do Colégio de Psiquiatria da Infância e Adolescência (CPIA) da OM, enviado à equipa de pedopsiquiatras de Coimbra que acompanhava a criança.
Na sequência do acórdão do TRC, a equipa chefiada por Beatriz Pena – que também integra o colégio da OM – afastou-se do processo por considerar que a decisão ia causar danos na saúde mental da menina. O CPIA deu-lhes agora razão: “A visita aos pais biológicos vai ter um efeito tóxico na criança e não faz sentido pedir aos médicos que neutralizem esse tóxico. Seria mais lógico evitá-lo”, lê-se. Segundo o parecer, a atribuição do poder paternal ao pai biológico “rompe o vínculo com os pais afectivos”, o que configura “um abuso dos interesses da criança”. E é “algo de inaceitável, vindo de um tribunal que assim se põe à margem de tudo o que foi aconselhado pelos peritos”. “Nenhuma criança pode ser moldada como barro, ou tratada como um peão de xadrez, ignorando a sua vontade, que neste caso é ficar com quem a criou”, diz o Colégio de Psiquiatria do Ordem dos Médicos.
Ler noticia integral em Correio da Manhã, de 1-12-2007.
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