sábado, março 03, 2007

Justiça canadiana entrega bebé a casal que o acolheu contra pai 'de sangue'


O caso do bebé Ian e a decisão judicial sobre a sua tutela também veio nos jornais canadianos. E também suscitou acesa polémica. Entregar uma criança de 11 meses ao casal que a acolheu recém-nascida dos braços da mãe biológica em detrimento de um pai biológico que fez tudo, mal soube da gravidez da ex-namorada, para certificar a sua paternidade e receber o filho, é decerto discutível. Como o é ordenar que durante um ano o pai biológico se afaste do filho, para garantir "calma" à família assim determinada. Associações de defesa dos direitos das crianças como a Canadian Children's Rights Council protestaram, alegando que ser entregue ao pai "verdadeiro" é que serve o superior interesse de Ian, aventando até que o casal deveria ser processado por "rapto".
Mas o juiz de Família Shawn Smith, apesar de reconhecer que o progenitor "de sangue", Adam Hendricks, demonstrou "os sentimentos protectores de um pai carinhoso e a vontade de assumir para a vida as obrigações da paternidade", concluiu, "sem hesitar, que os melhores interesses de Ian são garantidos com a entrega da sua custódia ao casal Linda e Dave Turner", já que este "oferece um ambiente em que a sua saúde, educação, bem-estar emocional e oportunidades de desenvolvimento intelectual e económico são beneficiados." Em causa na decisão esteve também a formação de laços afectivos entre Ian e o casal, laços esses que alguns especialistas consideram consolidar-se a partir dos oito meses. Embora admita a possibilidade de Adam ser "uma presença adulta positiva na vida do bebé", Smith negou-lhe a possibilidade de desempenhar o papel de pai.
Ler noticia integral em Diário de Noticias, de 3-03-2007.

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