quinta-feira, dezembro 21, 2006

Os maus tratos mais frequentes nas crianças


A agressão física e o abuso sexual são os maus tratos mais detectados em crianças nas urgências de Pediatria do Hospital Amadora-Sintra, revela um estudo premiado segunda-feira pela Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) e que a Lusa divulga.
O estudo «Maus tratos numa urgência pediátrica», a que a agência Lusa teve acesso, realizado por Alexandra Vasconcelos, Bruno Cardoso e por Helena Isabel Almeida, chefe dos serviços de urgência do departamento de Pediatria do Hospital Fernando Fonseca (Amadora- Sintra), analisou 416 casos de maus tratos detectados no hospital, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2005.
A análise das 416 situações revelou que em 60,3 por cento dos casos as crianças foram vítimas de agressão física, 30,3 por cento foram vítimas de abuso sexual e 14,4 por cento de abuso emocional com agressão física.
Relativamente a idades, 45,9 por cento das vítimas dos maus tratos registados tinham entre oito e 14 anos, e dos 60 por cento das vítimas femininas, a idade média era de sete anos. Os dados revelaram ainda que, em 97 por cento dos casos registados tratava-se da primeira ida ao serviço de urgência por suspeita de mau trato, no entanto em 37,5 por cento havia evidência de que o abuso era crónico.
O estudo adianta também que a maioria das agressões (58,9 por cento) ocorreu no domicílio e 53,1 por cento dos agressores eram coabitantes com a vítima. Em 67,8 por cento o agressor era do sexo masculino, e pai da vítima em 24.3 por cento das situações.
Em relação à agressão física, os dados revelam que as vítimas tinham entre dez e 14 anos, com igual distribuição entre os sexos, sendo em 58 por cento dos casos o agressor coabitante da criança maltratada.
Relativamente ao abuso sexual, a distribuição por idades varia com picos entre os três e os quatro anos e 11 onze aos 14 anos, sendo 86 por cento das vítimas do sexo feminino e o agressor em 59,5 por cento dos casos familiar ou conhecido da criança sexualmente abusada.
O destino de 76,7 por cento das 416 crianças foi o domicílio e em 2,9 por cento dos casos uma instituição de acolhimento, tendo sido 89 por cento dos total das situações avaliadas pela assistente social e apenas em 41,1 por cento apresentada queixa na PSP.
Dos casos mais graves destacam-se uma morte, por trauma abdominal, e outra por negligência, tendo mais sete crianças sofrido fracturas ósseas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Feliz Natal e um Próspero Ano de 2007 ( venham mais posts interessantes), são os meus votos para o Forum Familiae.
Maria Manuel Figueiredo
(osoprodocoracao)