Começaram a ser inquiridas as primeiras testemunhas. Ao longo do dia de ontem foram ouvidas técnicas da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Viseu, da Segurança Social e médicos. Em concreto, a médica pediatra Jeni Canha, do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC), que, segundo um comunicado lido no final pela escrivã Maria do Céu Gonçalves, "expôs a situação clínica da criança" quando deu entrada no seu serviço, "descreveu as lesões, a sua evolução e sequelas previsíveis". Também se pronunciou sobre o "acompanhamento familiar prestado à bebé durante o seu internamento".
Apesar de recusar prestar declarações à imprensa, a médica, que é também coordenadora do Núcleo de Estudos da Criança de Risco do HPC, já tinha defendido, no início deste ano, que a criança deveria ser entregue aos cuidados dos avós maternos, depois de observar o tipo de acompanhamento que estes prestaram à bebé quando esteve internada no HPC.
Os avós maternos permaneceram, ontem, no tribunal até ao final do debate judicial, mas não foram ainda ouvidos. Recusaram, igualmente, prestar declarações aos jornalistas, embora Idalina Silva (avó) já tenha garantido anteriormente lutar pela custódia da neta, "nem que seja a última coisa que faça".
Mas há opiniões diferentes. É o caso do presidente da Junta de Freguesia de Campo, António Marques, que também vai ser inquirido. Para o autarca, a criança não deveria ser entregue à família, nem sequer regressar à aldeia de Moselos, para assim "tentar esquecer o que de muito negativo lhe aconteceu". Considera a avó da criança uma "pessoa de carácter baixo", recordando alguns episódios em que diz ter agido com violência, e admite que tenha ultimamente alterado o seu comportamento "apenas por conveniência". Em declarações aos jornalistas, António Marques garante que a maioria da população da sua freguesia "está do lado da criança", não encarando "com bons olhos" que seja entregue à avó materna.
Ler noticia integral em Jornal de Noticias, de 19-07-2006.
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