No ano passado foram dados como desaparecidos 1198 crianças e jovens em Portugal. Os adolescentes entre os 12 e 14 anos são "a maior dor de cabeça" para a Polícia Judiciária (PJ), cuja taxa de sucesso neste tipo de investigação é de quase 100 por cento. Grande parte dos casos refere-se a fugas com amigos que nem chegam a durar 24 horas - por causa de "chumbos" na escola e até de festivais de rock.
"Situações como a do Rui Pedro, de Paredes, desaparecido em 1998 com 11 anos, são muito raras", disse ao DN Ramos Caniço. "Aquele jovem, hoje com 18 anos, continua com paradeiro incerto, mas os procedimentos prosseguem", garantiu o director do Departamento Central de Informação Criminal e Polícia Técnica (DCICPT), da PJ, a propósito do Dia Internacional da Criança Desaparecida que hoje se assinala.
Este ano já foram dados como desaparecidos 476 crianças e jovens até aos 18 anos. Em Lisboa, registaram-se 124 casos, mas 84 já regressaram às famílias. A maioria das outras já foi localizada pela PJ. O ano passado, nesta mesma região, foram participados 309 casos, sendo que 301 tiveram um final feliz. Dos oito que continuam em investigação, dois já estão na fronteira dos 18 anos, o que passa a depender da própria vontade dos fugitivos regressar ou não a casa. "Mas cada caso é um caso, e é sempre preocupante, embora a taxa de sucesso seja satisfatória", diz Ramos Caniço.Certas épocas do ano são especialmente alarmantes para a PJ. Quando acabam as aulas, os maus resultados académicos incentivam, por vezes, a uma "fugazita curta" para apelar à piedade dos pais. "Felizmente, este tipo de casos tem vindo a diminuir. Os encarregados de educação mostram-se cada vez mais compreensivos", garante o Inspector-chefe Francisco Chagas, responsável pela secção de investigação e prevenção criminal do DCICPT.
Ler noticia integral em Diário de Noticias da Madeira, de 25-05-2006
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