quinta-feira, setembro 21, 2006

O perigo de ir à escola

A insegurança e criminalidade nas escolas portuguesas são uma realidade. Os casos que vão povoando as páginas dos jornais são apenas uma gota de água na realidade quotidiana de violência física e psicológica de que alunos e professores são vítimas. A DECO realizou um estudo que envolveu 46 mil estudantes e docentes e que revela situações que normalmente são ocultadas pelo medo e pelo silêncio.
Mais de 200 escolas responderam aos inquéritos enviados pela DECO. Quase 40 mil alunos aderiram à iniciativa, tal como cerca de 9230 professores. Os resultados foram reveladores: cerca de 37 por cento dos estudantes e 18 por cento dos professores admitiram já ter sido vítima de violência ou de crimes de ordem física ou psicológica dentro ou nas imediações da escola.
O estudo foi realizado entre Fevereiro e Abril deste ano e os dados refere-se ao ano lectivo de 2004/2005.
Os docentes de Lisboa, Porto e Setúbal são os que mais se queixam de situações de insegurança e criminalidade. Mas apenas no inquérito da Deco, porque raras são as queixas feitas quer à escola, quer à polícia. Justicação: «Caem em saco roto», um vez que «não têm consequências práticas».

É este também o principal motivo que leva os alunos alvos de violência física ou psicológica a escolher o silêncio, não fazendo queixa sequer aos pais.
Os alunos de idades entre os 12 e 14 anos são o alvo preferencial deste tipo de violência, que ocorre mais em estabelecimentos educacionais localizados em zonas urbanas.
Medo, insegurança, discriminação e gozo por parte dos colegas são os motivos apontados por cerca de cinco por cento dos estudantes para faltar às aulas. Ferimentos causados por violência dentro ou nas imediações da escola também justificam o absentismo dos alunos.
Dos mais de nove mil docentes que responderam ao inquérito, 83 assumiram ter sido vítimas de ofensas físicas desde que dão aulas na sua escola actual.
As ofensas verbais, ameaças e racismo são as principais queixas dos alunos (24,7 por cento) e dos docentes (12,5 por cento), seguidas dos assaltos e das ofensas físicas. Só 5,1 por cento dos estudantes e 1,4 por cento dos professores se queixam de provocações, assédio e abusos sexuais.
Ler noticia integral em Portugal Diário, de 20-09-2006.

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